Numerologia

A estatística passou de uma ciência auxiliar a protagonista da história. Para qualquer novo fato, nova tendência ou afirmação cabal sempre aparece a estatística como a fonte comprobatória desses feitos. Nada contra, os números devem (ou deveriam?) retratar a realidade objeto do estudo em questão, não servir como argumento irrefutável.

O mais interessante é que os mesmo números que servem para afirmar, quando se trata de casos em que eles são desfavoráveis, passam automaticamente a não servirem. Assim é que, a um só tempo, as pesquisas de aprovação desse governo são aplaudidas e os números que retratam a violência no país, sumariamente desprezados. 

Sem falar que tudo se faz para manipular esses números. Quem ainda não ouviu falar em "série histórica começada em...", uma metáfora para a realidade de que a estatísca excluiu algum período que poderia ameaçar os bons números do momento. Quando o passado condena, o jeito é tentar enterrar esse passado.

Não tenho nada contra estatísticas, acho que é um dos instrumentos de estudo válidos, uma ciência auxiliar muito útil. O problema surge é com a manipulação, com o "uso político" que se faz do instrumento tornando-o pouco confiável, desacreditado. 

Aparente contradição

Tenho escrito que esse fenômeno da violência no Brasil não é aceitável sob qualquer hipótese que seja considerado. Nossos números de casos refletem o descaso com que a segurança é tratada no país, e ponto. E tenho reafirmado essa posição por ver que há uma posição que insiste em afirmar que a situação não é real, mas fruto de uma deformação produzida pela mídia.

Gostaria que esses solucionadores dos nossos problemas pela negação da existência, procurassem justificar como a mídia pode ser responsabilizada pelos 50.000 homicídios anuais ocorridos no país. Ou então pelo milhão de vítimas desde que foi promulgada a malfadada "constituição cidadã" de 1988 e que instituiu a impunidade criminal no país, em termos práticos.

Mas é preciso separar o joio do trigo. Existem crimes que não podem ser evitados. Se a maioria pode ser evitada, seja pela educação da população, pela diminuição dos problemas sociais, pela ação efetiva do patrulhamento, ou desencorajada, pela ação rápida e efetiva da justiça na punição dos atos delituosos, alguns crimes são imprevisíveis.

E me refiro aos crimes passionais, ao crimes em que o autor age sem o domínio da razão, aos atos tresloucados. Para esses crimes, os quais muitas vezes são usados como exemplo da ocorrência de crimes nos outros países, não há remédio ou solução possível. Mães que tiram a vida de filhos menores, franco-atiradores, crimes praticados por "serial-killers" e outros.

Mas a verdade é que os crimes que fazem com que as nossas estatísticas da criminalidade andem "bombando" no mundo não são esses, mas os crimes comuns do dia-a-dia, assaltos, roubos, estupros e outros. Para esses falta ação e vontade, inclusive da população, eis que parece que todos aceitam a matança como dóceis cordeirinhos a caminho do matadouro.  

Mosca Branca

Mosca branca é o nome que popularmente se dá a alguma coisa difícil de se achar, a uma raridade. Fico pensando que as moscas brancas começam a se tornar um paradoxo: na medida em que mais coisas começam a se tornar raridade, a ocorrência de moscas brancas ameaça se tornar uma coisa banal. 

Coisa que na antiguidade eram normais, hoje se tornam raridades. Para encontrar moscas brancas basta examinar qualquer lista de animais ameaçados de extinção. Mas não fica por aí, a lista contém também comportamentos, atitudes, modos de ser. Imagine o quão difícil é encontrar alguém que ainda confie no "fio do bigode", mais raro ainda: quem tenha ou honre o fio de bigode.

Pessoas honradas, de palavra, honestas, íntegras, com valores morais, todos estes tipos podem ser incluídos em qualquer lista de ameaçados de extinção, são verdadeiras moscas brancas. Lembro da época dos chamados ritos de passagem e lembro que não existem mais passagens, tudo se tornou uma massa disforme e uniforme.

Entende o que eu digo? Meninas não se transformam em moças, moças não se transformam em mulheres. Essas são fases de um passado distante, as coisas, as pessoas perderam essa capacidade de progressivamente  amadurecer, nascem verdes e, repentinamente, amadurecem, alguns já apodrecem.

As cabeças estão cheias, lotadas, repletas de um assustador vazio. Não há mais o pensamento racional, a lógica ou um sentimento de humanidade, de unidade. É um todo composto de nenhum. Insetos... moscas brancas...

Dourando a pílula

As taxas de juros praticadas no país desmentem os discursos dos governantes e das autoridades monetárias. O pior de tudo é que os economistas, e os que de uma forma ou outra conhecem a matéria, se omitem, e não chamam a atenção para essa visível contradição.

Taxas de juros medem grau de desconfiança nos credores. Ou estou dizendo algo que não é verdade? Quanto maior o risco do investimento, maior o juro cobrado. Simples assim. Nossos juros são os mais altos do planeta e nossas autoridade monetárias querem nos fazer crer que vivemos num país estabilizado e confiável. Aonde está a lógica?

Com a palavra os economistas e os entendidos na matéria.

Revelações

Assim como quem não vai ao médico "não encontra doenças", quem não investiga não descobre fraudes. Essas é uma forma positiva de encarar esse esse grande número de atos fraudulentos que são descobertos e revelados no país. O que pode ser um mal, também pode ter uma face "do bem".

Se o raciocínio não é exatamente correto, ao menos é uma forma otimista de encarar o problema. E talvez seja a única forma de não se deixar abater por esse problema. è impossível abrir qualquer jornal, acompanhar o noticiário sem se separar com vários novos escândalos todos o dias.

A esperança é de que dia-a-dia esse número vá sendo reduzido até um número tolerável (ou ao menos civilizado).

Ala putcha!

Amanheceu inverno. Conferi o termômetro: 3 míseros graus centígrados. Ainda não estamos oficialmente no inverno, mas o clima já é o da estação. Gosto dessas manhas frias de inverno, em que a natureza parece despertar encolhida, enquanto ainda não raia o sol. O movimento é menor, há menos gente disposta a se aventura pelas ruas nas manhãs, e os que o fazem, mais por obrigação do que por gosto, carregam pesados casacos num caminhar rápido que ajuda a esquentar, e a sair depressa da massa de ar gelado.

Os primeiros raios do sol trazem antes um conforto psicológico do que físico. Se não são ainda suficientes para mudar a temperatura, já enganam nossos sentidos com um calor que se vê sem ser sentido. Estamos terminando maio, nessa maratona do tempo, já vamos quase para a metade do ano. Quem viveu, viu passar. Viu?

Pitéu!

Vi uma foto de Grazziele Massafera, a miss Paraná, ex-bbb, a estrela global e... confesso: doeu. Doeu porque dói ver tamanha beleza, na moça, menina e mulher... Um verdadeiro pitéu! Olhando para essa bela, descubro que não é preciso buscar os anjos no céu, ela é a prova em carne e osso que eles existem aqui na terra, no chão. Uau!!!